segunda-feira, 30 de março de 2009

S I M P A T I A

















SIMPATIA
SONETO

Sentimento abstrato
Que nasce de mansinho,
Penetra nosso ser
E nele faz o seu ninho;

São poucos os que desfrutam
Desse grande privilégio,
Por tantos desejado
Mas por poucos alcançado;

Com teus olhos cintilantes
E lábios sorridentes
Sempre que de nós se aproxima
Faz-nos sentir mui contentes

Segue Mylena teu caminho,
Dispensando a todos carinho
E também o teu favor,

Então, quem por ti passar
Jamais esquecerá,
Teu fraternal amor!

Vitória da Conquista 11-11-2008

JAIME XAVIER DE SANTANA






EXALTAÇÃO AO SENHOR PELA TERCEIRA IDADE

EXALTAÇÃO AO S E N H O R
PELA TERCEIRA IDADE

Ser velho não é defeito
Afirma-lhes o autor.
Pois o maior defeito
É não louvar o Senhor.

Não nos sintamos cansado
Diante das primaveras,
Porque o pior cansaço
É não vivenciar os Evangelhos.

Então, como servos escolhidos
Que ainda produzem frutos
Ergamos aos céus o olhar,

Por termos irmãos a certeza
Que a velhice é uma virtude
Que poucos podem desfrutar.

(JXS/20-08-2002)

terça-feira, 17 de março de 2009

MENSAGEM AO LEITOR

Caro leitor:
Apresento-lhes, para reflexão e se possível, aplicabilidade em alguns casos pessoais os conteúdos dos textos abaixo transcritos, denominados “AJUDE SEU CÔNJUGE” e “O BEM MAIS PRECIOSO”. Solicito aos que já leram referidos textos, que o façam novamente. Faz bem ao coração.
Um abraço fraterno de Jaime Xavier.

AJUDE SEU CÔNJUGE!

AJUDE SEU CÔNJUGE!
O sofrimento pode surgir de várias formas e todas elas são capazes de prejudicar qualquer casamento. Casos de tragédia como morte de urn filho ou nascimento de urna criança com problemas, têm causado muitas separações. Problemas menos sérios como perda de emprego, problemas de relacionamento na família, também causam estragos. Até mesmo as pressões e os problemas cotidianos podem desgastar o relacionamento conjugal.
Se o marido ou esposa se voltarem um contra o outro - ao invés de um para o outro - qualquer tipo de problema poderá agredi-los. Ao invés de atacar seu cônjuge tente edificá-ío. Gostaria de dar algumas sugestões práticas de como fazer isso:
1. Entenda que as circunstâncias podem destruir a autoconfiança de seu cônjuge. Basta um telefonema, uma carta, um bilhete, para transformar um homem ou mulher confiante, assertivo, positivo, em frangalhos. Quanto mais percebermos que não somos tão seguros quanto aparentamos, rnals capacitados nos tornamos para ajudar àqueles que estiverem sofrendo;
2. Comunique-se. Quanto mais nos fecharmos pensando que nosso cônjuge não se interessará pôr ouvir o que temos a dizer, mais distantes ficaremos um do outro Verbalize seus pensamentos, sentimentos, temores, preocupações. Comunique-se, pois só assim, seu cônjuge poderá saber o que você está passando;
3. Ouça. Mesmo que o motivo aparentemente cause mais sofrimento a um cônjuge do que a outro, ambos serão afetados. Desde que os dois estejam sofrendo, ambos precisam ouvir e ser ouvidos. Encoraje seu cônjuge a desabafar. Procure descobrir seus sentimentos e pensamentos a respeito. Mantenha livre o tráfego dessa rua de duas mãos;
4. Pergunte a seu cônjuge suas necessidades. Pessoas diferentes têm diferentes necessidades em épocas diferentes. Não tente adivinhar o que se passa! Pergunte! Diga que está sendo difícil conseguir detectar o que ele está precisando e peça-lhe que lhe diga o que espera de você. Precisa ficar sozinho? Quer conversar? Quer sugestões? Necessita de ajuda em algum planejamento? Orações?
5. Encoraje. Procure não superproteger seu cônjuge dando-lhe muitas soluções mastigadas, mas procure discernir quais suas reais necessidades. Um marido que separe algum tempo para tomar conta dos filhos, ou arranja uma "babá" para que sua esposa possa ter alguns momentos de descanso, já está prestando grande ajuda e encorajamento. Pôr outro lado, uma esposa que proporcione ao marido um tempo necessário para que fique sozinho, também o está encorajando;
6. Procure os amigos. É extremamente importante que o casal se relacione com pelo menos mais um casal e assim ambos se identifiquem com outras pessoas do mesmo sexo. Especialmente durante tempos de sofrimento, tais amizades podem ser bálsamo para a alma aflita. Chegam, muitas vezes, a tomar o lugar de conselheiros profissionais. Quando se conversa sobre assuntos doloridos com pessoas fora do círculo familiar, obtérn-se novas perspectivas do assunto;
7. Orem um pelo outro. Deus lhe revelará o que precisa saber. Ele o ajudará a atravessar os momentos de sofrimento. Você conseguirá experimentar mais de Sua força e conforto se separar algum tempo para orar com outras pessoas, em especial, com seu cônjuge;

8. Procure o propósito do sofrimento. A primeira pergunta feita pela maioria das pessoas em sofrimento é:”Pôr que?”. Em geral, não ficamos sabendo o porque, mas podemos achar o significado para o sofrimento, se olharmos para o que ele pode produzir em nós: caráter,perseverança, esperança, frutos, paciência (veja João 15:2; Rom. 5:3-5;
Tg 1:3-4). Procurem, como casal, descobrir como seu sofrimento pode ser redimido;
9. Dêem liberdade um ao outro. Nem todos temos as mesmas reações durante o sofrimento. Alguns superam rapidamente; outros levam bastante tempo. Alguns reagem superficialmente, outros mergulham nas profundezas. Permita que seu cônjuge reaja de forma que lhe for característica. Ofereça apoio, mas não imponha sobre ele suas opiniões de como deveria enfrentar aquela situação;
1O. Dediquem tempo um ao outro. Seja qual for o motivo do sofrimento pôr vocês enfrentado, uma enorme
tragédia ou um passageiro mal-entendido, não poderá ser resolvido da noite para o dia. Não espere pôr uma
libertação instantânea. Deixe claro que, independentemente do tempo que leve - duas semanas ou dois anos
- você permanecerá ao lado de seu cônjuge amando-o e ajudando-o. Essa atitude poderá aliviar grandemente
a pressão existente sobre ele.
No verão passado, visitamos uma floresta de sequóias. Muitas daquelas árvores gigantescas haviam sido queimadas.
Notava-se urna região chamuscada e ferida, mas ao mesmo tempo, continuavam vivas e estavam com novos brotos.
O motivo era que suas raízes estavam fortemente firmadas no solo. Pedro nos diz: "Crescei na graça e no
conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo" (2 Pedro 3:18). Para, mesmo enn tempos de sofrimento, conseguirmos
seguir esse versículo, precisamos aprofundar nossas raízes em Cristo.

DENNIS RAINEY é Diretor Nacional da área de ministério familiar da Cruzada Estudantil
Para Cristo. Mora com sua esposa Barbara em Roand, Arkansas, EUA.
AJUDE SEU CÔNJUGE!
O sofrimento pode surgir de várias formas e todas elas são capazes de prejudicar qualquer casamento. Casos de tragédia como morte de urn filho ou nascimento de urna criança com problemas, têm causado muitas separações. Problemas menos sérios como perda de emprego, problemas de relacionamento na família, também causam estragos. Até mesmo as pressões e os problemas cotidianos podem desgastar o relacionamento conjugal.
Se o marido ou esposa se voltarem um contra o outro - ao invés de um para o outro - qualquer tipo de problema poderá agredi-los. Ao invés de atacar seu cônjuge tente edificá-ío. Gostaria de dar algumas sugestões práticas de como fazer isso:
1. Entenda que as circunstâncias podem destruir a autoconfiança de seu cônjuge. Basta um telefonema, uma carta, um bilhete, para transformar um homem ou mulher confiante, assertivo, positivo, em frangalhos. Quanto mais percebermos que não somos tão seguros quanto aparentamos, rnals capacitados nos tornamos para ajudar àqueles que estiverem sofrendo;
2. Comunique-se. Quanto mais nos fecharmos pensando que nosso cônjuge não se interessará pôr ouvir o que temos a dizer, mais distantes ficaremos um do outro Verbalize seus pensamentos, sentimentos, temores, preocupações. Comunique-se, pois só assim, seu cônjuge poderá saber o que você está passando;
3. Ouça. Mesmo que o motivo aparentemente cause mais sofrimento a um cônjuge do que a outro, ambos serão afetados. Desde que os dois estejam sofrendo, ambos precisam ouvir e ser ouvidos. Encoraje seu cônjuge a desabafar. Procure descobrir seus sentimentos e pensamentos a respeito. Mantenha livre o tráfego dessa rua de duas mãos;
4. Pergunte a seu cônjuge suas necessidades. Pessoas diferentes têm diferentes necessidades em épocas diferentes. Não tente adivinhar o que se passa! Pergunte! Diga que está sendo difícil conseguir detectar o que ele está precisando e peça-lhe que lhe diga o que espera de você. Precisa ficar sozinho? Quer conversar? Quer sugestões? Necessita de ajuda em algum planejamento? Orações?
5. Encoraje. Procure não superproteger seu cônjuge dando-lhe muitas soluções mastigadas, mas procure discernir quais suas reais necessidades. Um marido que separe algum tempo para tomar conta dos filhos, ou arranja uma "babá" para que sua esposa possa ter alguns momentos de descanso, já está prestando grande ajuda e encorajamento. Pôr outro lado, uma esposa que proporcione ao marido um tempo necessário para que fique sozinho, também o está encorajando;
6. Procure os amigos. É extremamente importante que o casal se relacione com pelo menos mais um casal e assim ambos se identifiquem com outras pessoas do mesmo sexo. Especialmente durante tempos de sofrimento, tais amizades podem ser bálsamo para a alma aflita. Chegam, muitas vezes, a tomar o lugar de conselheiros profissionais. Quando se conversa sobre assuntos doloridos com pessoas fora do círculo familiar, obtérn-se novas perspectivas do assunto;
7. Orem um pelo outro. Deus lhe revelará o que precisa saber. Ele o ajudará a atravessar os momentos de sofrimento. Você conseguirá experimentar mais de Sua força e conforto se separar algum tempo para orar com outras pessoas, em especial, com seu cônjuge;

8. Procure o propósito do sofrimento. A primeira pergunta feita pela maioria das pessoas em sofrimento é:”Pôr que?”. Em geral, não ficamos sabendo o porque, mas podemos achar o significado para o sofrimento, se olharmos para o que ele pode produzir em nós: caráter,perseverança, esperança, frutos, paciência (veja João 15:2; Rom. 5:3-5;
Tg 1:3-4). Procurem, como casal, descobrir como seu sofrimento pode ser redimido;
9. Dêem liberdade um ao outro. Nem todos temos as mesmas reações durante o sofrimento. Alguns superam rapidamente; outros levam bastante tempo. Alguns reagem superficialmente, outros mergulham nas profundezas. Permita que seu cônjuge reaja de forma que lhe for característica. Ofereça apoio, mas não imponha sobre ele suas opiniões de como deveria enfrentar aquela situação;
1O. Dediquem tempo um ao outro. Seja qual for o motivo do sofrimento pôr vocês enfrentado, uma enorme
tragédia ou um passageiro mal-entendido, não poderá ser resolvido da noite para o dia. Não espere pôr uma
libertação instantânea. Deixe claro que, independentemente do tempo que leve - duas semanas ou dois anos
- você permanecerá ao lado de seu cônjuge amando-o e ajudando-o. Essa atitude poderá aliviar grandemente
a pressão existente sobre ele.
No verão passado, visitamos uma floresta de sequóias. Muitas daquelas árvores gigantescas haviam sido queimadas.
Notava-se urna região chamuscada e ferida, mas ao mesmo tempo, continuavam vivas e estavam com novos brotos.
O motivo era que suas raízes estavam fortemente firmadas no solo. Pedro nos diz: "Crescei na graça e no
conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo" (2 Pedro 3:18). Para, mesmo enn tempos de sofrimento, conseguirmos
seguir esse versículo, precisamos aprofundar nossas raízes em Cristo.

DENNIS RAINEY é Diretor Nacional da área de ministério familiar da Cruzada Estudantil
Para Cristo. Mora com sua esposa Barbara em Roand, Arkansas, EUA.

O BEM MAIS PRECIOSO

O BEM MAIS PRECIOSO
Conta o folclore europeu que há muitos anos atrás um rapaz e uma moça apaixonados resolveram se casar.
Dinheiro eles quase não tinham, mas nenhum deles ligava para isso. A confiança mútua era a esperança de um belo futuro,
desde que tivessem um ao outro.
Assim, marcaram a data para se unir em corpo e alma. Antes do casamento, porém, a moça fez um pedido ao noivo:
- Não posso nem imaginar que um dia possamos nos separar. Mas pode ser que com o tempo um se canse do outro, ou que
você se aborreça e me mande de volta para meus pais.
- Quero que você me prometa que, se algum dia isso acontecer, me deixará levar comigo o bem mais precioso que eu tiver
então.
O noivo riu, achando bobagem o que ela dizia, mas a moça não ficou satisfeita enquanto ele não fez a promessa por escrito e
assinou.
Casaram-se. Decididos a melhorar de vida ambos trabalharam muito e foram recompensados.
Cada novo sucesso os fazia mais determinados a sair da pobreza, e trabalhavam ainda mais. E tempo passou e o casal prosperou. Conquistaram uma situação estável e cada vez mais confortável, e finalmente ficaram ricos.
Mudaram-se para uma ampla casa, fizeram novos amigos e se cercaram dos prazeres da riqueza. Mas, dedicados em tempo integral aos negócios e aos compromissos sociais, pensavam mais nas coisas do que um no outro.
Discutiam sobre o que comprar, quanto gastar, como aumentar o património, mas estavam cada vez mais distanciados entre
si.
Certo dia, enquanto preparavam uma festa para amigos importantes, discutiram sobre uma bobagem qualquer e começaram
a levantar a voz, a gritar, e chegaram às inevitáveis acusações.
- Você não liga para mim! - gritou o marido - só pensa em você, em roupas e jóias.
- Pegue o que achar mais precioso, como prometi, e volte para a casa dos seus pais. Não há motivo para continuarmos
juntos.
A mulher empalideceu e encarou-o com um oihar magoado, como se acabasse de descobrir uma coisa nunca suspeitada.
- Muito bem, disse ela baixinho. Quero mesmo ir embora. Mas vamos ficar juntos esta noite para receber os amigos que já
foram convidados. Ele concordou.
A noite chegou. Começou a festa, com todo o luxo e a fartura que a riqueza permitia.
Alta madrugada o marido adormeceu, exausto. Ela então fez com que o levassem com cuidado para a casa dos pais dela e o
pusessem na cama.
Quando ele acordou, na manhã seguinte, não entendeu o que tinha acontecido. Não sabia onde estava e, quando sentou-se na cama para olhar em volta, a mulher aproximou-se e disse-lhe com carinho:
- Querido marido, você prometeu que se algum dia me mandasse embora eu poderia levar comigo o bem mais precioso que
tivesse no momento.
- Pois bem, você é e sempre será o meu bem mais precioso. Quero você mais que tudo na vida, e nem a morte poderá nos
separar.
Envolveram-se num abraço de ternura e voltaram para casa mais apaixonados do que nunca.
Queridas Irmãs e Amigas Parabéns pelo dia Internacional da mulher!

A CAPA DE CHUVA

Estória que ouvi contar:
Trata-se de um recorte de jornal muito antigo em que foi narrador o sr. Mário de Moraes, sob o título “ESTÓRIAS”.
Me sentiria muito honrado se alguem que o ler, ou o próprio Mário, ou um de seus familiares, entrasse em contato comigo através deste blog, para que possa cumprimentá-lo. Jaime Xavier.
A CAPA DE CHUVA

A história é muito antiga e teve, como cenário, a bonita cidade de Salvador. Foi há muitos e muitos anos, creio eu, que houve o tal baile. Baile animado, com rapazes e moças, comemorando casamento de gente jovem e graúda.
A um canto, a linda pequena, esperando alguém que a tirasse para dançar. Roberto, estudante de medicina, viu-a e gamou de estalo. Foi até ela e perguntou-lhe docemente:
- Vamos dançar?
Ela aceitou. Dançaram uma, duas, três, uma dezena de vezes. O rapaz bailava nas nuvens. Estava com sorte, pensava. Fora àquela festa sem muita vontade, pois conhecia mal e porcamente um parente distante do noivo que por sinal, ali não aparecera. E acabara dando de cara com aquela lindeza, que agora rodava em seus braços.
Ao findar o baile, estavam namorados.
Caia uma chuvinha fina, impertinente, quando sairam e acompanhou-a à casa. Pensou em pegar condução, mas a mo­ça, que disse chamar-se Isabel, não aceitou o oferecimento:
- Não é preciso. Moro aqui perto. Além disso, iremos a pé, conversando.
- E a chuva? - perguntou ele.
-é muito fraca, não mata ninguém — pilheriou ela.
Mesmo assim, Roberto fez questão de jogar, sobre os om­bros da namorada, a sua capa de chuva.
Andaram bem uns três quarteirões, até que ela parou, apontando uma bonita casa, à frente:
- é aqui que eu moro, nº. 42.
Estiveram alguns instantes, mãos dadas, dizendo coisas bo­nitas. Ele tentou beijá-la mas ela es
quivou-se delicadamente, despedindo-se:
- Adeus, Roberto ...
- Adeus, não, Isabel - protestou o rapaz - Amanhã, se você permitir, eu virei visitá-la. As sete da noite, está bem?
- Não, será melhor não vir ...
E, antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, ela su­miu pela porta da frente. Sem dar tempo ao rapaz de apanhar a sua capa de chuva, que entrou com ela.
No dia seguinte, as sete em ponto (19 horas, se quiserem), lá estava ele) batendo àquela porta. Atendeu-o uma senhora de cabelos grisalhos, muito simpática. Informou-lhe quem era e a que viera.
- O senhor diz que veio falar com minha filha Isabel? Quando a viu?
- Ontem, no baile de casamento ...
- Tem certeza? Não terá se enganado de casa ou de nome?
- Em absoluto. Deixei-a aqui.
- Eu tenho, na verdade, uma filha, mas ela se chama Isau­ra. Um momento, por favor.
A senhora chamou e apareceu uma mocinha. Bem pareci­da, aliás, com a pequena da véspera, mas não era ela. O rapaz, agora supreendido, não sabia o que dizer:
- Olha, dona, o que eu sei é que, ontem, depois do baile, eu trouxe uma moça aqui, e ela me disse que se chamava Isabel...
Nisso ele notou que as duas mulheres se olhavam, muito assombradas. E foi a mais moça, justamente a filha da dona da casa, quem perguntou a Roberto:
- Seria aquela? O rapaz olhou para a direção que a pequena apontava. E deu com um quadro pendurado na parte da sala, lá nos fun­dos. Sim, confirmou, a moça do retraio era a mesma que o acompanhara na véspera. Mais surpreendido ficou, então quando viu as duas caírem num pranto convulsivo. Tentou acalmá-las, sem saber bem o que estava se passando. A senhora ao fim de alguns minutos, terminou por explicar-se:
- Aquela réalmente chamava-se Isabel. Era minha filha mais velha. Acontece, porém, que ela morreu há mais de dez anos. Era louca por bailes, a coitadinha ...
O rapaz foi recuando, totalmente assustado. E deu com o número da casa: 122. Aí mesmo, é que não entendeu nada. Falou alto:
- Mas ontem, eu vi, com os meus próprios olhos. Era 42. A senhora, que ainda permanecia à porta, agarrada à filha, explicou:
- ... 42, meu senhor, é o número da campa de Isabel, lá no cemitério.
Foi o bastante. Roberto saiu dali às carreiras, sem mesmo se despedir. Na manhã do dia seguinte, entretanto, a curiosi­dade foi maior e ele resolveu fazer uma visita ao cemitério. E procurou a campa número 42. Lá estava a inscrição: Isabel Camargo. E a data do falecimento, há dez anos atrás. O mais surpreendente, porém, é que, aberta sobre o túmulo, encon­trava-se a sua capa de chuva.